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Conheça as diferenças entre as diversas modalidades de cursos de pós-graduação

Depois da faculdade... continue estudando!

Depois da faculdade... continue estudando!

Com o fim de um curso universitário, inaugura-se uma nova fase na vida do recém-formado. O mercado de trabalho busca profissionais em constante aperfeiçoamento e atualização. Diante desse quadro, a pós-graduação é essencial para somar pontos na carreira. Há vários cursos e cabe ao candidato escolher qual modalidade encaixa-se melhor em suas necessidades.

“Uma empresa pode até fornecer alguns treinamentos, mas o profissional também é responsável pelo seu autodesenvolvimento. Por isso, investir em um curso de especialização é enriquecedor”, destaca Priscila Ximenes Camilo, coordenadora de Desenvolvimento e Seleção da construtora Cyrela. Já Marcelo Nudel, trainee e atual freqüentador do curso de Especialização em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil, destaca a pós-graduação como o começo de uma longa preparação para quem está disposto a seguir uma carreira realizadora.

Mas quais são as diferenças entre os diversos tipos de pós-graduação? A princípio, esses modelos se dividem em dois grupos: o lato sensu e o stricto sensu. O primeiro amplia o conhecimento e habilita para o exercício de uma especialidade profissional. De acordo com o Ministério da Educação, essa modalidade tem caráter de educação continuada e só são reconhecidos os cursos com a duração mínima de 360 horas/aula. Já o stricto sensu aprofunda ao máximo um determinado ramo do saber e é direcionado para a formação científica e acadêmica. Além de serem credenciados junto ao MEC, os cursos de stricto sensu precisam da avaliação da Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O período de duração varia de acordo com a instituição de ensino.

A especialização, os cursos de aperfeiçoamento e o MBA (Master in Business Administration) são exemplos de lato sensu. O ingresso nas três opções depende da passagem por uma entrevista, análise de currículo e realização de prova. São cursos abertos para quem possui diploma de graduação e, ao término, geralmente é exigida uma monografia dos concluintes. Nesses casos, os pós-graduados não recebem diploma e sim um certificado.

A procura pelos MBAs intensificou-se nos últimos anos, sobretudo entre quem atua na área de negócios. Esse quadro deve-se a formação generalista do curso, pois o mesmo prepara o profissional para exercer cargos estratégicos e de liderança. Ingressar em um MBA exige uma série de requisitos como diploma de graduação, domínio de inglês e experiência profissional. Atualmente, muitas empresas têm investido em cursos desse tipo para seus funcionários. “Ambas as partes ganham com essa iniciativa, pois a maior sacada do MBA é exatamente a troca de idéias com profissionais de várias áreas. Esse network contribui até para atrair novos clientes”, explica Fernanda Dias, estudante do MBA em Marketing de Serviços, pela ESPM.
Para quem deseja seguir essa opção, no Brasil existem mais de seis mil ofertas e, todos os anos, publicações especializadas como a Você S/A e o Guia do Estudante da Editora Abril preparam um ranking com os melhores cursos do país. Ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de especialização não é voltado apenas para administradores e sim para qualquer profissional disposto a ampliar seus conhecimentos técnicos. “No MBA você aprende a ser empreendedor dentro de seu próprio trabalho. Foi uma escolha importante em minha carreira de jornalista, pois o curso desenvolve o senso crítico e ajuda a entender melhor as decisões de uma empresa ou do próprio governo”, afirma Mauro de Oliveira, jornalista com MBA pela Brazilian Business School (BBS).

No stricto senso o leque de opções conta com os cursos de mestrado, mestrado profissional, doutorado e pós-doutorado. O mestrado serve como alternativa para quem deseja aprofundar a formação científica ou profissional recebida durante a graduação. Nesses casos, o candidato escolhe um tema para sua dissertação e procura um orientador disposto a aceitar a proposta de estudo. Dependendo dos critérios da instituição, há necessidade de proficiência em uma língua estrangeira, entrevista com coordenadores e realização de uma prova. A categoria tem duração de dois anos, no qual o aluno faz as disciplinas coerentes à sua pesquisa. Ao final do curso, a tese desenvolvida é apresentada perante uma banca examinadora formada por doutores da área escolhida. Já o mestrado profissional tem as mesmas características do anterior, mas o mesmo enfatiza, sobretudo, o estudo de técnicas voltadas para o desempenho de uma carreira. Muitas empresas procuram os mestres devido à sua formação mais sólida.

O doutorado é uma modalidade direcionada para aqueles que desejam dedicar-se à pesquisa. O curso, assim como o mestrado, habilita o profissional a dar aulas no ensino superior. Os quatro anos de duração dessa categoria são referentes ao cumprimento das disciplinas e a elaboração da tese junto à orientação. O ingresso exige prova, análise de currículo escolar, entrevista e domínio de duas línguas estrangeiras. No caso do pós-doutorado, o objetivo é o desenvolvimento de atividades de atualização e abertura de novas linhas de pesquisa. Os projetos elaborados são, geralmente, um complemento do trabalho realizado no doutorado.

Segundo a Capes, existem 2972 cursos de pós-graduação devidamente reconhecidos no país e, desse número, só a região sudeste contribui com 1745 opções. No stricto sensu, a avaliação da Capes é realizada a cada três anos e as médias variam de 1 a 7. Para se obter reconhecimento, o curso deverá apresentar média maior que 3.

A pós-graduação divide-se em latu sensu e strict sensu. Especialização é latu sensu, e mestrado e doutorado são strict sensu. A diferença está na abordagem dos temas, mais amplo na latu sensu, mais genérico e mais objetivo e menos disperso na strict sensu. Concluída a graduação, você pode fazer uma especialização ou um mestrado, não é preciso fazer a especialização antes do mestrado. O mestrado tem um nível mais alto, geralmente exige conhecimento de pelo menos uma língua estrangeira.

Estudo é o caminho para a evolução profissional

O estudo é o caminho para a evolução profissional

Wagner Campos*

Há profissionais que acreditam que ir ao trabalho é apenas chegar dentro do horário contratado e desenvolver as tarefas que foi orientado a realizar. De certa forma não deixa de estar correto, porém será também a única atividade que conseguirá exercer, pelo menos enquanto alguém não fizer algo além do que este profissional faz.

Trabalhar não se resume simplesmente em realizar as atividades para as quais fomos designados e cumprir a carga horária exigida. Devemos ser pró-ativos, saber ouvir e interpretar tudo à nossa volta, o comportamento dos colegas de trabalho, dos clientes e principalmente nossas atitudes. Através destas observações poderão ser verificadas as necessidades de cada indivíduo, meios de ajudar, agilizar, flexibilizar e colaborar para o envolvimento e satisfação de todos.

Existem profissionais com habilidades e competências específicas e que se destacam uns dos outros. Obviamente, há aqueles que possuem uma admirável competência para debater sobre determinados assuntos, porém muitas vezes, lhes faltam habilidades suficientes para lidar com pessoas ou situações inovadoras e responsáveis pela quebra de paradigmas dentro da organização.

Ambas as situações são reversíveis. Um erro comum percebido no mercado de trabalho é em relação ao profissional que acredita que sempre sabe sobre tudo. Considera desnecessário estudar, se atualizar, aprender com os colegas, participar de treinamentos, palestras e seminários além de não ter o hábito de realizar auto-avaliação de suas habilidades e competências para buscar pontos de necessidade de melhorias.

Todos devem passar por reciclagens constantes através de cursos e treinamentos, sejam eles nas áreas diretamente relacionadas às suas atividades, sejam naquelas correlacionadas e que influenciam no resultado do trabalho ou da vida pessoal. Cursos, treinamentos e outras formas de capacitação com objetivo de se requalificar, abordando temas como reciclagem, qualidade de vida, assédio moral ou palestras motivacionais são importantes por apresentarem novos pontos de vista sobre o ambiente de trabalho e comportamento.

Temas relacionados à sua área específica como marketing, vendas, qualidade, logística, comércio exterior, segurança, informática, agregam informações que aprimoram a atividade exercida diretamente enquanto os demais assuntos mencionados complementam as qualificações e colaboram para que o profissional interaja com outros campos de atuação e proporcionam uma melhor visão estratégica.

Hoje são encontradas várias oportunidades para capacitação de profissionais. Existem custos à distância, vídeos e também cursos presenciais criando assim oportunidade e acesso a todos. A capacitação de cada profissional não deve ficar vinculada apenas às oportunidades que a empresa lhe oferece, mas também ao interesse em ir em busca de sua qualificação.

Todos têm seu time preferido, esporte, clube, amigo e animal predileto. Atue com o que realmente se identifica e se realiza. Tenha sua profissão preferida. Aquela que o motiva a investir em sua constante capacitação profissional. A profissão que proporciona uma grande realização em sua vida e que também gere resultados para a empresa, seus clientes e principalmente para você.

Diferencie-se e seja exclusivo. Ser um profissional é mais que apenas ter uma atividade profissional. É fazer com que a cada dia sejam geradas novas oportunidades de ampliar seu crescimento e apresentar criatividade em fazer novo o que é tradicional.

Você deve sentir-se 100% realizado em suas atividades. Sua satisfação proporcionará um ambiente mais agradável aos que dividem atividades com você. A alegria e os sorrisos constantes aumentarão a produtividade de todos, ajudarão a reduzir as dores de cabeça e o estresse diário.

Faça que seu trabalho seja realmente o seu trabalho preferido. Se você acreditava que “a grama do vizinho era mais verde” passe a confiar que seu jardim é mais fértil. Plante todas as metas pessoais de crescimento e regue com as informações que deseja. No momento adequado você poderá colher os frutos saborosos que foram germinados por seu conhecimento e adubados por sua determinação.

* Wagner Campos é Especialista em Marketing e Palestrante em Vendas, Motivação e Liderança. É Consultor de Empresas e Diretor da True Consultoria. Contribuiu para empresas de vários segmentos como Cervejaria Brahma, Unibanco, Multibrás Eletrodomésticos e Sebrae e autor do Livro “Vencendo Dia a Dia”. Inovador, criativo e com grande interação com seu público tem sido requisitado para a abertura e encerramento de vários eventos como Congressos, Convenções, Semanas Educacionais e Universitárias, Seminários e SIPAT.

Qual é o momento certo de fazer uma pós-graduação?

Qual é o momento certo de fazer uma pós-graduação?

A cada fim de ano você faz a mesma observação: é hora de dar uma guinada na vida profissional! Neste momento, naturalmente pensa que uma pós-graduação poderia lhe proporcionar o crescimento que deseja.

Não há como negar que o mercado cada vez mais competitivo exige dos profissionais a tarefa de encontrar, constantemente, um diferencial em relação à concorrência. Neste caso, é certo que a pós-graduação, assim como o aprendizado de outros idiomas, é vista como um ótimo recurso.

No entanto, trata-se de um investimento de tempo e dinheiro e, por isso, deve ser muito bem planejado. Será que, para você, este é o momento?

Como vai a sua rotina?
Voltar a estudar exige dedicação. Isto significa mudar alguns aspectos de seu dia-a-dia e encontrar tempo para desenvolver uma nova tarefa, que precisará ser muito bem executada para lhe proporcionar o retorno que merece.

Pensando nisso, responda a algumas questões: na empresa onde trabalha, você teria o apoio necessário para realizar este projeto? Em relação à vida pessoal, sente-se disposto… ou estressado? Tem conseguido tempo para cuidar de si mesmo e das pessoas que ama? Vem conciliando bem sua agenda nos últimos meses?

Caso tudo isso pareça exagero, atenção a este argumento: você passará, no mínimo, um ano e meio direcionado a esta nova meta. Muita coisa muda neste período, certo?

Qual o seu objetivo?
Em relação ao seu momento profissional, como o define? O objetivo desta pergunta é situá-lo melhor quanto aos seus objetivos. Fazer uma pós-graduação só para poder exibi-la depois não o levará a nada.

É preciso avaliar qual o seu propósito: pretende crescer na empresa em que trabalha? Há espaço para isso? Ou, no outro extremo, não consegue emprego e acredita que a pós lhe abrirá várias portas?

Tenha em mente que o fato de cursar uma pós-graduação poderá aumentar suas chances de conquistar um bom emprego, mas daí a lhe dar alguma garantia de sucesso já é algo totalmente diferente. Por isso, segure sua expectativa!

Todos estes questionamentos, além de lhe indicarem se este é o momento certo de se dedicar a este objetivo, lhe ajudarão ainda a escolher qual a melhor opção: fazer uma especialização ou um mestrado?

Qual o curso mais indicado?
Decidido a fazer pós-graduação, procure escolher com cuidado qual o melhor curso a freqüentar. Você busca uma especialização em sua área ou pretende ampliar conhecimentos, dedicando-se a outras atividades? Tem intenção de dar aulas ou seu ambiente é mesmo o corporativo?

Se você está querendo investir no emprego atual, vale uma boa conversa com seu chefe. Transparência, nesta hora, é fundamental. Exponha seus objetivos e suas necessidades.

Caso não consiga um apoio financeiro para ao menos dividir com a empresa os custos deste projeto de vida, será de extrema importância receber o apoio no dia-a-dia, quando sentir a necessidade de negociar horários, ou mesmo faltar para se dedicar ao estudo.

Como você pode ver, esta decisão implica em muitos questionamentos, sem falar ainda, diretamente, do aspecto financeiro: está pronto para encarar esta despesa?

Trata-se de um projeto de vida e, como tal, merece planejamento. Sendo assim, não desista antes mesmo de começar, caso as respostas não tenham sida nada animadoras: reveja seus objetivos e prepare-se para que o melhor momento aconteça, o quanto antes. Boa sorte!

Fonte: Portal dos Administradores

Uma pós-graduação impulsiona a carreira e o salário

Uma pós-graduação impulsiona a carreira e o salário

Se dedicar ao trabalho e ao estudo é cansativo, mas vale a pena. Além de incrementar o currículo, se dedicar a uma pós-graduação pode dar uma bela turbinada no salário. Uma pesquisa da empresa de recursos humanos online Catho mostra que, em todos os níveis hierárquicos das organizações, quem tem especialização, mestrado ou doutorado ganha mais que aqueles que só completaram a faculdade. Conforme o levantamento da Catho, os presidentes de empresas com especialização recebem, em média, um salário de cerca de R$ 26 mil, contra R$ 24 mil daqueles que têm apenas a graduação. Entre os gerentes, a remuneração é de R$ 7.853,30 e R$ 7.479,94, respectivamente. Já para os cargos operacionais, o pagamento fica em torno de R$ 1.325,01 para os pós-graduados e R$ 1.097,95 para os que têm só a faculdade, conforme a pesquisa.

Claro que não basta fazer qualquer pós-graduação para alavancar o holerite. “É preciso escolher uma pós dentro da sua área de atuação, e que seja atraente para o mercado”, explica o consultor de carreira do grupo Catho Renato Waberski. Assim, fazer aquele tão sonhado mestrado em Filosofia quando você trabalha com finanças pode servir apenas para satisfação pessoal. Além de procurar uma pós na sua área, é preciso estar atento a outro detalhe que faz toda a diferença no currículo: a credibilidade da instituição. Waberski explica que diversas empresas, na hora de recrutar profissionais, avaliam o nível das instituições nas quais eles estudaram. “Algumas inclusive fazem uma lista de universidades nas quais exigem que o futuro funcionário tenha estudado”, avisa. Portanto, pode valer a pena desembolsar um pouco mais para cursar a pós em uma instituição renomada como investimento para o futuro.

*Anna Maria Lima Sales

A demanda pela Educação a Distância cresce a cada dia para atender às exigências de um mundo em mudanças aceleradas e com menor disponibilidade de tempo e espaços formais para a educação. Hoje várias instituições de ensino desenvolvem estudos e experiências para aperfeiçoar o processo de transposição da educação para além de seus muros.

O processo de uso da Internet na instrução é um fenômeno espantoso, sobretudo no ensino superior, frente ao processo de democratização do saber, à valorização da informação e ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação na sociedade do conhecimento.

Para Baudrillard (1997), a Internet apenas simula espaço de liberdade e de descoberta. O operador interage com elementos conhecidos, sites estabelecidos e códigos instituídos.

No entanto, Pierre Lévy ( 1999) proclama: “fluida, virtual, ao mesmo tempo reunida e dispersa, essa biblioteca de babel não pode ser queimada (…) As águas deste dilúvio não apagarão os signos gravados: são inundações de signos”.

O fato de não haver consenso acerca do uso da Internet não diminui a sua importância no contexto escolar. As novas tecnologias têm um grande potencial para trazer importantes mudanças à Educação.

As novas práticas de docência em Sistemas de EAD nos remetem à reflexão acerca da necessidade de uma proposta metodológica mais ampla em todos os contextos dos ambientes de aprendizagem da nova era. É preciso criar novas abordagens no campo da Tecnologia Educacional e procurar superar as limitações referentes às perspectivas teórico-metodológicas.

O planejador de cursos em EAD precisa estar atento aos novos paradigmas para o tratamento do planejamento, desenvolvimento e avaliação em cursos on line.

E quanto aos aspectos afetivo-emocionais? Por ser o domínio afetivo considerado uma subcategoria de aprendizagem, comumente o virtual está associado ao tecnológico, desprovido de humanização. Para se ensinar eficazmente on line, as manifestações afetivas precisam ser compreendidas em sua essência. É chegada a hora de desmitificar o ciberespaço.

Diante desse cenário desafiador de novas maneiras de ensinar e aprender, nada melhor do que finalizar com as palavras do teórico otimista do ciberespaço, Pierre Lévy: Seres humanos, pessoas daqui e de toda parte, vocês que são arrastados no grande movimento da desterritorialização, vocês que são enxertados no hipercorpo da humanidade e cuja pulsação ecoa as gigantescas pulsações deste hipercorpo, vocês que pensam reunidos e dispersos entre o hipercórtex das nações, vocês que vivem capturados, esquartejados, nesse imenso acontecimento do mundo, que não cessa de voltar a si e de recriar-se, vocês que são jogados vivos no virtual, vocês que são pegos nesse enorme salto que nossa espécie efetua em direção à nascente do fluxo do ser, sim, no núcleo mesmo desse estranho turbilhão, vocês que estão em sua casa. Bem-vindos à nova morada do gênero humano. Bem-vindos aos caminhos do virtual! (O que é o Virtual, 1996,pag.150)

*Anna Maria Lima Sales, Técnica em Assuntos Educacionais – MEC – SESu/DEREM

Fonte: Portal Educação

Vale a pena estudar a distância?

Vale a pena estudar a distância?

Que a pós-graduação dá um upgrade todo especial ao currículo, disso ninguém tem dúvida. Mas e se ele é feito em casa? Os cursos de e-learning são cada vez mais comuns nas especializações. É também nas pós e treinamentos que a oferta mais cresce, além de ter aumentado o número de faculdades que utilizam essa forma de estudo para as graduações. A oferta aumenta a cada ano, mas, afinal, como o mercado vê a realização destes cursos à distância que têm na tecnologia sua base técnica? Depende do perfil da companhia, dizem especialistas.

As empresas mais ligadas às transformações que a informática nos traz e as mais abertas à inovação são as que mais valorizam e empregam essa forma de aprendizado, conta Crismeri Delfino Corrêa, vice-presidente de Gestão e Inovação da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos). Nas empresas mais conservadoras, que ainda desconhecem o conceito, o fato de ter um e-learning no currículo pode não fazer diferença nenhuma. Mesmo nesse tipo de empresa, o aluno deve levar em consideração que uma especialização é sempre valorizada, seja em sala de aula, seja através do uso da tecnologia. Mas o conteúdo deve ser útil no dia-a-dia da companhia.

“O e-learning ainda é uma metodologia que precisa quebrar paradigmas em relação ao presencial”, afirma Crismeri. Esse desafio envolve o estudante, que precisa ter o compromisso necessário para se dedicar às aulas sem a cobrança de um professor diretamente. O aluno passa a gerenciar seu tempo, com liberdade para determinar os dias e horários dedicados ao estudo, assim como com a vantagem de poder aumentar as horas dedicadas a outras atividades.

“O e-learning não compete com o ensino presencial, é um modelo alternativo”, explica Paulo Mendel, diretor de e-learning da ABRH, destacando que é mais comum em pós-graduação e treinamentos, em função de os conteúdos serem mais adaptados a esse modelo. Isso porque geralmente as pessoas que buscam especializações têm domínio da informática e estão familiarizadas em buscar informações através da internet. Crismeri lembra que essa oferta é acompanhada pela demanda, já que os cursos de pós-graduação e treinamentos à distância são justamente os mais procurados pelos alunos.

A grande diferença é que o modelo tradicional é centrado no professor enquanto que, no ensino a distância, o enfoque volta-se para o aluno. Ele passa a ser o centro, reforça Mendel, pois é quem vai correr atrás do desenvolvimento e do conhecimento. Já no caso de universidades e escolas, há uma tendência de trabalhar o blended e-learning, que une a educação a distância com a aula tradicional. Esse formato de curso é comum em convênios de instituições brasileiras e estrangeiras, segundo Crismeri.

“Quando avalio alguém que realizou um curso e-learning, avalio da melhor maneira possível, pois mostra o interesse do candidato na capacitação e toda a complementação nos estudos é muito bem-vinda”, atesta Eduardo Vargas, gerente-geral de Lojas das Lojas Renner, que é formado em administração de empresas no formato presencial e realizou dois cursos de pós-graduação através de e-learning. “Aprendi que o que vale para reter o aprendizado é a prática, seja online, seja presencial”, diz Vargas.

Quanto maior o preparo do aluno, maiores as exigências, por isso as ferramentas são cada vez mais interativas inclusive com animações baseadas em teorias de jogos, onde o aluno pode fazer simulações baseadas em inteligência artificial. A internet serve de base para diversas comunidades de prática – como são chamadas as alternativas para disseminar os conceitos -, como reuniões online, chats, fóruns de discussão, videoconferência.

Apesar de o professor não estar na mesma sala que você, não se engane em relação à cobrança de conteúdos, porque há um acompanhamento do desempenho e avaliação do horários de acesso. Claro que o modelo não é perfeito. A distância, diz Crismeri, se perde o convívio direto com colegas e professores e o aluno fica sem o auxílio direto dos colegas. Mas há cursos que promovem interação entre todos, seja em salas de bate-papo, vídeo-conferência… vai depender do curso e da instituição que você escolher.

Fonte: Educação na Net

Por Andrea Ramal

Para que um processo educacional seja caracterizado como “a distância”, dois critérios são fundamentais: tempo e espaço. Na educação a distância, professores e alunos, ou alunos entre si, estão separados pelo tempo e pelo espaço.

Porém, essa situação não é nova. Milhares de profissionais fizeram cursos por correspondência antes da Internet. Poderíamos dizer que até os apóstolos do início do cristianismo já faziam, naqueles tempos remotos, esse tipo de educação, pois que outra coisa seriam as cartas de São Paulo aos hebreus, por exemplo, nas quais ele os instruía sobre a doutrina cristã? É claro que nesses casos a comunicação era muito lenta e nem sempre garantida. Francisco Xavier, missionário nas Índias no século XVI, só recebeu uma carta de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, quatro anos depois de enviada.

Com o tempo, a educação passou a contar com mais recursos como televisão e rádio, entre outros meios, que permitiram atingir muito mais pessoas e comunidades.

Entretanto, a educação a distância realizada hoje através de meios eletrônicos (e-learning) cresce de forma nunca vista. Em 2003, os negócios nessa área no Brasil movimentaram mais de R$ 80 milhões, com crescimento de 60% em relação a 2002. As cifras no mercado mundial são ainda mais expressivas: em 2003, foram movimentados R$ 6 bilhões com a previsão de chegar a R$ 23 bilhões em 2006, segundo o IDC.

O e-learning cresce porque, embora sua implementação seja cara, a médio e longo prazo ele ajuda – e muito – a reduzir significativamente os custos com a formação de pessoal, já que potencializa a escala dos cursos presenciais. Mas as razões desse crescimento não são meramente econômicas, nem trata-se de um modismo. Ele também ajuda a criar a cultura de rede na organização que o utiliza, na medida em que promove o compartilhamento de informações e a produção coletiva de conhecimento, reforçando nas pessoas a postura de buscar respostas comuns a desafios que hoje também são comuns, pois atingem as diversas localidades em que a organização se faz presente.

Cada vez mais os estudantes escolhem os cursos de pós-graduação pela internet, o e-learning oferece comodidade, o que é muito importante nos dias atuais

Cada vez mais estudantes escolhem os cursos pela internet por causa da comodidade e segurança

Com sua utilização, as pessoas se conectam em torno de um mesmo projeto educacional, sem necessidade de deslocamento simultâneo de todos para uma única sala de aula, assim como permite a personalização do ensino, com a construção de cursos em hipertexto em diferentes níveis de profundidade. A navegação é feita a partir dos ritmos de aprendizagem de cada pessoa e dentro dos horários mais compatíveis.

A flexibilidade dos materiais digitais permite a atualização constante das informações, sendo isso o mais conveniente para empresas dinâmicas, as quais estão sempre mudando e precisam adaptar-se a demandas e necessidades novas.

O e-learning é também um estímulo ao hábito do auto-estudo, imprescindível na era da informação. Além de tornar as pessoas mais preparadas para lidar com o mundo da cibercultura, no qual a máquina é mais do que uma ferramenta, uma nova tecnologia intelectual, o ambiente cognitivo a partir do qual construímos conhecimento e interpretamos a realidade; é a porta de entrada para um novo cenário educacional, no qual a aprendizagem ocorre através de pesquisa e de experiências inovadoras: amizades virtuais, chats, videoconferências, fóruns de discussão, bibliotecas digitais, interatividade. Tudo isso, é claro, desde que o projeto educacional seja idealizado e conduzido por especialistas da área pedagógica. Sem a participação de educadores competentes, o e-learning fica reduzido a programações de forte impacto visual, mas sem nenhuma eficácia didática.

Não surpreende, portanto, que tantas organizações estejam investindo nele. Contudo, essa modalidade educacional não é indicada para todos. Por exemplo, se uma empresa deseja que o funcionário guarde o conhecimento para si mesmo, sem compartilhá-lo e sem permitir que a informação nova circule, deve afastar-se de qualquer projeto de educação a distância.

O mesmo pode ser dito se a empresa tem muito capital para gastar com treinamentos presenciais e viagens, podendo retirar os funcionários de seus postos de trabalho para reuni-los no mesmo horário e em um só local.

Se a organização não sente necessidade de renovar-se permanentemente e o conhecimento sobre seu core business é o mesmo ano após ano, não deveria entrar no mundo digital. Desejando que as pessoas que nela trabalham dependam de materiais previamente preparados e previsíveis, devem seguir só os percursos predeterminados e não se importar com o fato de que, em função disso, talvez elas acabem tornando-se pouco proativas, atuando mais como receptores de informações, sendo melhor não permitir que essas pessoas interajam na rede. O mais aconselhável é preparar cursos com aulas expositivas daquele estilo bem tradicional, nas quais o participante só vai ouvir e anotar.

Ignorar a cibercultura e o e-learning é uma forma de manter os funcionários fiéis à cultura do papel e caneta, do telefone e do fax, sem participar de situações de aprendizagem inusitadas que possam mexer com sua criatividade. Talvez isso interesse a algumas organizações que não desejam incrementar a gestão do conhecimento; não querem mudanças.

Para todas as outras foi inventado o e-learning.

Andrea Ramal é doutora em educação e especialista em educação através das novas

Programe o seu curso de pós-graduação a distância

Programe o seu curso de pós-graduação a distância

Caiu o tabu, a educação a distância não é mais uma novidade. Novo, nesta área, é o crescimento da procura por cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) e a perspectiva de se lançar a pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) na modalidade a distância. De acordo com dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraead), em 2005 foram oferecidos 385 cursos de pós-graduação lato sensu e seqüencial, com 104.513 alunos matriculados, 32% a mais do que no ano anterior, quando foram 259 cursos e 61.637 alunos.

A pós-graduação lato sensu é indicada para quem já está no mercado de trabalho e precisa atualizar seus conhecimentos, para quem pretende mudar de área sem cursar uma nova graduação e mesmo para aqueles que acabaram de sair da faculdade e desejam aprofundar seus estudos. A oferta de cursos ministrados a distância é uma vantagem para os alunos que precisam escolher o próprio horário de estudo ou moram muito longe de instituições que oferecem os cursos desejados. Mas a qualidade é a mesma?

Para o coordenador geral de cursos lato sensu da Universidade Metodista de São Paulo, Rodolpho Weishaupt Ruiz, sim, a qualidade é a mesma de uma pós-graduação ministrada no modelo tradicional. “A presencial e a feita a distância têm a mesma qualidade. Os professores que trabalham com EAD passam por um curso específico e são acompanhados e avaliados. Além disso, professores e alunos avaliam o curso dado e têm a chance de dizer como vêm se sentindo. Outra prova da qualidade é que muitos desses cursos já são ofertados para o exterior”, diz.

E Ruiz arrisca ir mais longe. “As pessoas estão entendendo que esse tipo de pós-graduação é tão bom quanto o presencial e até melhor.” Isso porque é preciso ter maior rigor na preparação e na elaboração do conteúdo do curso, explica Ruiz. “O professor tem, a todo momento, de se colocar no lugar do aluno e imaginar como ele está recebendo a informação passada, as confusões, interpretações erradas e dúvidas que podem surgir. Em sala de aula, percebe-se na hora a dúvida. Já no ensino a distância o professor precisa de mais rigor na preparação do conteúdo do curso para supor quais seriam as perguntas feitas e se antecipar a elas. Dá trabalho”, diz o coordenador.

Mas a opinião de Ruiz não é um consenso entre os educadores. Para Armando Terribili Filho, que faz doutorado em Educação na Unesp de Marília e é professor de cursos de graduação e de pós-graduação na área de Administração e Sistemas, ainda é preciso ter cuidado porque a modalidade a distância deixa a desejar em vários pontos importantes para a educação.

Um desses pontos, segundo Terribili, é o convívio. “A troca em sala de aula e a vivência em turma trazem um engrandecimento importante que faz falta no ensino a distância”, diz. Para o professor, o ensino a distância deveria ser uma ferramenta a mais em cursos de pós-graduação, mas não a essência do curso. “Deveria ser uma atividade complementar, mas não a base do curso”, afirma.

Para Terribili, não há um critério objetivo para se afirmar qual seria o equilíbrio ideal entre aulas presenciais e a distância. Segundo o professor, tudo vai depender de como o curso está estruturado e do nível de maturidade dos participantes. “O percentual maior deve ser o do ensino presencial. Falaria em 80% e 20% para se começar a criar uma cultura de aprendizagem a distância”, diz.

Terribili, que além de professor é diretor de projetos da Unisys Brasil, não nega as vantagens da educação a distância e o reconhecimento dessa modalidade de ensino pelas empresas. “Tanto que muitas utilizam tal modalidade (e-learning) para realizar treinamento de seus funcionários, permitindo agilidade no processo de capacitação profissional e redução de custos”, mas aconselha aos candidatos a alunos muito cuidado. “O que mais me preocupa é a criação dos objetos de aprendizagem, como o material didático é preparado para chegar ao aluno. Isso deve ser feito pelo professor e não por um técnico de informática. É o professor quem conhece a prática pedagógica e ele deve elaborar todo o conteúdo com o apoio do técnico”, diz.

A aceitação dos cursos a distância tem mesmo melhorado no mercado, afirma a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Para a Abed, a adoção de programas de educação a distância por grandes empresas (como HP, McDonald´s, Coca Cola, Banco do Brasil e Petrobras, por exemplo) fez com que o mercado reconhecesse a eficácia e as vantagens dessa forma de ensino.

Terribili tem uma outra explicação. Para ele, o crescimento da procura por pós-graduações a distância é um reflexo da evolução tecnológica. “E tende a ocorrer ainda mais nos grandes centros urbanos, pela dificuldade de transporte, de tempo e de falta segurança. Além disso, é nos centros urbanos que as pessoas têm maior familiaridade com a tecnologia”, diz.

E foi a falta de tempo que levou Luis Carlos Gonçalves, 36 anos, a cursar uma pós-graduação a distância. Ele é secretário de Planejamento e Desenvolvimento da prefeitura de Artur Alvim e só conseguiria estudar se os horários fossem flexíveis. “Por conta da dinâmica do meu trabalho, tenho muitos compromissos à noite, como as discussões sobre o orçamento participativo feitas com a comunidade. Tem de ser à noite porque de dia as pessoas estão no trabalho. Isso me impedia de fazer um curso presencial. Agora, faço meu horário, tenho maior flexibilidade”, diz Gonçalves.

Mas fazer o próprio horário não significa dedicar pouco tempo aos estudos. Foi o que descobriu Marcos Ribeiro Campos, 57 anos, aluno de uma pós-graduação a distância em Gestão de Políticas Públicas Participativas para Cidade, na Universidade Metodista de São Paulo.

Formado em engenharia e em administração e há mais de 20 anos longe dos bancos escolares, Campos decidiu fazer uma pós-graduação para mudar de área no mercado de trabalho. Como mora em Piracicaba e na cidade não há uma instituição que ofereça o curso que ele deseja fazer, optou pela modalidade a distância. “O mais próximo ficaria a pelo menos duas horas de distância. Eu não teria como fazer porque para me deslocar até lá todo dia seria complicado”, diz.

Além disso, Campos pensou que uma pós-graduação feita a distância seria mais fácil. Ledo engano. “Acreditei que seria um curso mais tranqüilo, mas é bem puxado. Senti muita dificuldade no início. Primeiro por ter de me adaptar aos programas e ao sistema de ensino via internet. Até fazer esse treinamento e entender a sistemática leva um certo tempo. E, além disso, eu estava fora dessa rotina de estudos e tive dificuldades com as próprias matérias. É um tipo de leitura diferente da que estou habituado, minha área é mais tecnológica. A carga também é muito pesada, pensei que uma hora diária de estudo seria o suficiente, mas não é mesmo, preciso de muito mais. Tem de ir atrás dos textos, depois ler todos eles e eu estava desacostumado desse ritmo”, diz.

Campos, que termina no meio deste ano sua pós-graduação, quase desistiu do curso no meio do caminho. “Mas, com a ajuda dos filhos na parte de informática e o incentivo de minha irmã e de meu cunhado, que sempre me pediam pra seguir em frente, fui superando as dificuldades e agora já estou mais tranqüilo, me adaptei ao processo. Mas no início pensei que não fosse conseguir”, diz Campos. Desafio superado, agora ele quer encontrar um novo emprego e recomeçar a carreira nessa nova área.

DICAS PARA ESCOLHER UMA PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA

– Em primeiro lugar, verificar se o curso é autorizado e reconhecido pelo MEC. O site da Abraead
(www.abraead.com.br) possui a relação de todos os cursos a distância credenciados pela União.

– Escolher uma instituição de confiança e pedir a opinião de outras pessoas que já foram alunas de cursos oferecidos por ela.

– Certificar-se sobre a experiência e a bagagem dos professores. A titulação do corpo docente é um bom índice de avaliação.

– Tentar participar do curso ou de curso semelhante por algum período, mesmo que breve, para experimentar as ferramentas de ensino e avaliar se terá uma boa adaptação ao modelo.

– Verificar se o curso a distância também existe na forma presencial e se os conteúdos e as formas de avaliação são as mesmas.

– Informar-se sobre a estrutura exigida pelo curso, como a disponibilidade de computadores, impressoras e internet, e avaliar se terá acesso a tais recursos (que podem ser do próprio aluno ou oferecidos pela instituição em pólos regionais ou na sede da universidade).

Fonte: http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=11888

Em 7 de 13 áreas onde comparação é possível no ensino superior, alunos de curso a distância superam demais estudantes. Levantamento do exame nacional mostra que vantagem nos primeiros anos de curso é ainda maior: 9 entre 13 áreas de ensino.

A educação a distância, no Brasil, ainda é vista com desconfiança por boa parte da sociedade. Os primeiros resultados no Enade (exame do MEC que avalia o ensino superior) dos alunos que ingressaram em cursos superiores com essa modalidade de ensino, no entanto, mostram que, na maioria das áreas, eles estão se saindo melhor do que os estudantes que fazem o mesmo curso, mas da maneira tradicional.

Pela primeira vez desde a criação do Enade (2004), o Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) comparou o desempenho dos alunos dos mesmos cursos nas modalidades a distância e presencial. Em sete das 13 áreas onde essa comparação é possível, alunos da modalidade a distância se saíram melhores do que os demais. Quando a análise é feita apenas levando em conta os alunos que ainda estão na fase inicial do curso -o Enade permite separar o desempenho de ingressantes e concluintes-, o quadro é ainda mais favorável ao ensino a distância: em nove das 13 áreas o resultado foi melhor.

Nesses casos, turismo e ciências sociais apresentaram a maior vantagem favorável aos cursos a distância. Geografia e história foram os cursos em que o ensino presencial apresentou melhor desempenho. A análise só dos concluintes ainda é limitada porque apenas quatro áreas de nível superior -administração, formação de professores, matemática e pedagogia- já têm concluintes em número suficiente para que seja tirada uma média e comparada com a dos demais.

Entre os concluintes, o melhor desempenho para estudantes a distância foi verificado em administração e matemática, enquanto em pedagogia e formação de professores o resultado foi inverso. Apesar de bem aceita em outros países, a educação a distância -em que a maior parte do curso não é realizada em sala de aula, com um professor- ainda não deslanchou no Brasil.

Quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, sinalizou o incentivo dessa modalidade -regulamentada dois anos depois pelo governo federal- alguns especialistas esperavam um crescimento acelerado, afinal, o Brasil tinha -e ainda tem- uma imensa população sem nível superior espalhada por um território vasto. Não foi isso, porém, o que aconteceu.

Segundo o último Censo da Educação Superior do MEC, relativo a 2005, havia apenas 115 mil alunos matriculados em cursos de graduação a distância -o total de universitários foi de 4,5 milhões. O censo mostra que os cursos despertam pouco interesse. Em 2005, foram oferecidas 423 mil vagas, mas apenas 234 mil estudantes se inscreveram em processos seletivos e, desses, somente 127 mil efetivamente ingressaram nos cursos.

Fogo cruzado – “Apesar das inúmeras experiências bem-sucedidas em outros países, o ensino a distância continua sob fogo cruzado no Brasil, com o argumento de que vai piorar a qualidade. Alguns até reconhecem o seu efeito democratizante, mas temem que traga ainda mais dificuldades a um sistema educacional com problemas.

Os dois últimos Enades, no entanto, mostram que este temor é injustificado”, avalia o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior, Dilvo Ristoff. A educação a distância é uma das principais apostas do Ministério da Educação na área de formação de professores.

Fonte: Associação Brasileira de Tecnologia Educacional